junho 27, 2010

RELIGIÃO É TAMBÉM PARA A CIDADANIA

Como parte da ocupação cidadã das favelas cariocas, a Polícia Militar decide integrar a dimensão religiosa ao projeto, pondo seus capelães em ação para interagir com as lideranças religiosas dessas comunidades e apoiar os policiais em ação.
Age certo o comando da Polícia Militar carioca.
Ao fazê-lo, ela reconhece que a religião não só é parte da cultura, mas também da essência de cada um. Mesmo aqueles credos mais isolacionistas, com pouca ou nenhuma ação de cunho social, emprestam uma importante colaboração, ao proporem para seus adeptos o exercício da vida segundo valores morais que alguns consideram rígidos e que incluem explicitas condenações a qualquer tipo de comportamento à margem da lei.
Esses credos e os outros mais socialmente inseridos podem diferir nos meios de ascensão social, mas todos os propõem. Como tenho visto pessoalmente, para muitas crianças e adolescentes o círculo da fé representa não um fechamento mas uma abertura para um outro horizonte de vida. Alguns deles estimulam seus participantes ao estudo, havendo igrejas que, além de orientações vocacionais, oferecem bolsas de estudos para os seus jovens chegarem à universidade.
Seria muito bem-vindo também um programa mais forte na área educacional. Uma possibilidade de grande valor seria um programa de bolsas de estudo para os jovens, que começaria com palestras nas igrejas, voltadas para toda a comunidade, mostrando que eles podem também obter títulos universitários e assim se capacitarrem para vidas profissionais mais significativas. É preciso primeiro contribuir para a elevação da autoestima nas famílias e depois prover condições para que os adolescentes e jovens realizem seus sonhos universitários.

Israel Belo de Azevedo


* Texto retirado da coluna "RELIGIÃO E FÉ" do Jornal Extra