fevereiro 17, 2014

EVENTOS DA CAPELANIA HOSPITALAR no Rio de Janeiro 2014

24 MAR 2014 
CURSO DE FORMAÇÃO CAPELANIA HOSPITLAR
aulas toda segunda feiras 19:00h as 21:30h
duração do curso 5 meses - estágio supervisionado no Hospital SEMIU RJ
Investimento: 100,00/mês - 35 vagas
Local: Auditório Hospital Geral SEMIU
Av Vicente de Carvalho, 1159 - Vila da Penha RJ
referencia: Ao lado da Parmê PIZZA e próximo ao Carioca Shopping

CAMPOS RJ 29 MARÇO 2014 das 8:30h as 17:00h
Seminário em Capelania Hospitalar
evento gratuito
Pr. Arnaldo moraes  

05 ABRIL 2014 sábado 
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BETEL
CURSO DE FORMAÇÃO CAPELANIA Hospitalar, Prisional, Geriátrica, Esportiva, Estudantil
aulas mensais aos sábado 8:30 as 17h
estágio supervisionado no Hospital SEMIU RJ
duração do curso 5 meses
Investimento: 110,00/mês - 45 vagas
Local: Av. Marechal Rondon, 1020 - Rocha RJ

CAMPOS RJ ABRIL 2014
CURSO DE FORMAÇÃO CAPELANIA HOSPITALAR
aulas mensais aos sábado 9 as 17 horas
estágio supervisionado em unidade de saúde conveniada
Pr. Arnaldo moraes
duração do curso 5 meses - 60 vagas
Investimento: 120,00/mês

AGOSTO 2014 
CURSO DE FORMAÇÃO CAPELANIA 
CASACAP - Vargem Grande RJ
aulas quinzenais aos sábado 9 as 12 hs
duração do curso 5 meses - 30 vagas
Investimento: 100,00/mês - 45 vagas
Local: Estrada do Cascalho, 300 - Vargem Grande – RJ.

objetivo: formação de equipe para atuar nas unidades de saúde:
Hospital Geral SEMIU Vila da Penha RJ (adultos)
Hospital Geral SEMIU Meier RJ (adultos)
Hospital Geral SEMIU Nova Iguaçu RJ (pediatria)
HMCML - Municipal Maricá RJ (ambulatório)
HESM - Estudal Santa Maria - Taquara RJ (adulto)
HC IV - Instituto Nacioal Cancer Vila Izabel RJ ( Cuidados Paliativo )
Campos RJ - implantação capelania prevista para Agosto 2014.
Recolhimento Betel para idosos no Rocha RJ

informações: acaherj@gmail.com
www.caherj.blogspot.com/
www.facebook.com/CAHERJ

fevereiro 06, 2014

EVANGELISMO NA COPA - Projeto: "A Palavra está com a Igreja na Copa 2014"


"A Palavra está com a Igreja na Copa 2014

Parceria entre a CAHERJ e a UCB Brasil com a finalidade de atuar na época da Copa do Mundo 2014.

A UCB Brasil é uma associação evangelística sem fins lucrativos interdenominacional cuja missão é alcançar vidas para Jesus Cristo e edificar a sua Igreja através da divulgação da Palavra de Deus.

Projeto: "A Palavra está com a Igreja na Copa 2014"

objetivo: alcançar vidas para Jesus através da Palavra de Deus disponibilizando a PPH Personalizadas nas mãos das Igrejas para Evangelismo durante a Copa e para reavivar o hábito de seus membros de realizar uma leitura bíblica devocional diária.



Características da PPH Copa 2014:
§  * Edição 4 cores

§  * Exemplares personalizados com logo das igrejas na capa dados para contato na contracapa

§  * 32 meditações referentes ao período da Copa

§  * Edição em 3 idiomas: Português- Inglês- Espanhol

§  * Textos bíblicos e contextualizados selecionados a partir dos devocionais da PPH

§  * Seleção feita a partir de temáticas como: ESPORTE- COMPETIÇÃO- VITÓRIAS- ESPORTE- BATALHA- LIDERANÇA

§  * Tabela de jogos completa e espaço para marcação dos resultados

§  * Calendário dos jogos

§  * Espaço reservado para Informações turísticas sobre cidades-sede dos jogos.

§  * Telefones úteis

§  * 2 Editoriais fixos para serem escolhidos na personalização + nome e endereço da igreja

§  * Curiosidades da Copa/História da Copa

§  * Entrevistas com atletas cristãos (Jorginho, Zé Roberto)

§  * Espaço para anunciantes patrocinadores 

§  * enfase na neutralidade do material de evangelização para este período especial, pois a PPH e a UCB não são denominacionais.

§  * Terá 72 páginas


  Deus alcança pessoas através de pessoas. O seu amor quando alcança o nosso coração se estende a outras pessoas. Este é o desejo de todos que aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador cumprir o Ide e levar o seu amor a todos.



§  
      informações: washington@palavraparahoje.com.br
55 (21) 9.88665429 oi   ou    55 (21) 9.81891054 tim
      www.palavraparahoje.com.br 

















dezembro 03, 2013

A eternidade de Deus e a finitude humana - Ec. 3:11

2a. Palestra - Retiro Espiritual +VIDA 

Preletor: Pr Henrique Araujo

A eternidade de Deus e a finitude humana (transcrição) 

Ec 3.1-11 → “Deus pôs a eternidade no coração do homem”.
Termo olam (eternidade ou duração). Proposta desta eternidade do texto, não é da eternidade na perspectiva neotestamentária de vida eterna. A perspectiva de eternidade antes do período interbiblico era um propósito mais de duração. Contrapor a duração, uma linha um pouco mais divina, em relação à finitude humana. O homem tem uma duração maior que um animal (linha de durabilidade maior).Então, ele pode ficar tranquilo, que as coisas vão acontecer no seu tempo, não se afobe. Há um tempo nesta linha de duração para acontecer cada uma dessas coisas. Tudo tem o seu tempo. Na linha de duração da vida do homem, há ocasiões de tempo surgirão para se discernir o que se deve fazer em cada momento.
A eternidade é ausência de tempo ou tempo sem fim? Depende da perspectiva, como regeneração (novo nascimento, entrada de Deus na vida do homem) e conversão (o homem virando em relação a Deus)
Natureza divina → Deus não é limitado ao tempo
Agostinho →Deus estaria num momento eterno, em que consegue ver presente, passado e futuro, ao mesmo tempo. Para ele o tempo é uma sucessão de momentos.
Presente – tempo que é, mas, não será para sempre
Passado – tempo que já não é mais
Futuro – tempo que ainda não é
Podemos trazer o presente ao nosso presente por meio da vista, o passado por meio da memória, o futuro, por meio da imaginação. Então, todos os tempos, podem estar presentes no presente.
Na perspectiva de Deus, ele consegue observar a nossa vida que passou agora, pode tocar em alguém que passou por um grande trauma e ministrar uma cura interior (mágoa). Deus pode levantar um profeta e trazer esclarecimentos sobre um tempo futuro, numa profecia preditiva.
Deus é atemporal, mas, age na intratemporalidade, age dentro do tempo.
Coisa criada → entende a eternidade como tempo sem fim, vamos passar desse século, para o século vindouro. Se temos uma dimensão espacial, estamos sujeitos a dimensão tempo.
Quando a eternidade entra no tempo?
Salomão foi um grande cientista (observador), acurado na visão. Lança uma tese central: TUDO PASSA. Tudo é vaidade, efêmero, transitório
Salomão tem um problema: vi que tudo passa, mas, estou olhando para o meu filho Roboão, que não transparece ter tanta sabedoria como eu tenho. Plantei, reguei e vai ter alguém que via ficar com tudo que eu produzi e não tem sabedoria para administrar o império que foi construído. Não aquiesce aos conselhos dos sábios e sim aos dos jovens para o seu discurso político. 10 tribos rompem, somente duas ficam ...
Ec 2. 18 → aflição de espírito, preocupação
Todas as coisas tem o seu tempo na linha da duração da vida. Aproveitar nesta linha de duração, as ocasiões dadas por Deus. O tempo é contrastado com a eternidade na perspectiva de momento, em relação à duração. O tempo é visto como momento que passa. Eternidade é vista, como uma duração prolongada. Existe um momento específico para realização de coisas na vida, na linha de duração da vida, porém por mais que o homem tenha o seu tempo de duração, Deus é maior.
Deus colocou o olam no coração humano, houve uma inserção do eterno, no temporal que convida a criação cronológica a atentar para os kairós de Deus
Kronos-olam →Deus dá uma duração de vida. Nessa duração vem o Kairós (tempo divino), a oportunidade. Na linha da eternidade, da duração de vida, um bocado de momentos Deus dá ocasiões de fazer (Seminário, ordenação pastoral, conversão de ente querido). São Kairós, no meio do kronos. O que fazer com isso?
Aparentemente, a nossa linha reta é o kronos (duração de tempo da nossa vida). Nesse kronos, vários momentos vão vir do kairós de Deus. Na linha do kronos, surgem oportunidade, ocasiões. Atentar para os kairós que vão fazer grande diferença na nossa vida
Se Deus é eterno, e é. E a criação é temporal, esteja atento aos prazos de validade (kairós de Deus).Deus nos dá tempo para fazer algumas coisas, ex: Seminário (O tempo no trabalho permite, o tempo em casa, para fazer naquele tempo, naquele momento). Há momentos na nossa vida que Deus abre janelas para retermos aquela oportunidade, naquele tempo, e deixamos o kairós de Deus passar ...
Na confluência entre kronos e kairós, não perca o prazo de validade. Deus nos dá um período de tempo em que devemos dizer SIM, porque depois vamos querer fazer e não vai poder fazer, porque o tempo não volta.
Deus traz momentos na nossa vida. Há prazos determinados por Deus para fazermos algumas coisas na vida. Que não deixemos passar esses prazos que Deus nos dá para fazermos algumas coisas, de 3 formas:
1ª Atente para o prazo de validade, sendo fiel ao prazo dado por Deus
•Nm 25. 6 -11 → Moisés recalcitrou, Finéias fez a vontade de Deus, zelou o zelo de Deus, tempo de uma açõa executa a ação ordenada por Deus, • Gn. 19.26 → Ló tinha que sair imediatamente, • Js. 13.1 → Josué não conquista a terra no período em que era para conquistar,• Jz 19 → levita proclastinador, 65 mil pessoas morrem por sua causa, guerra civil.
Há um tempo para fazermos algumas obras, algumas coisas que o Senhor colocou em nossas mãos, que precisamos cumprir em tempos determinados dados por Deus. Ter atenção às coisas que é para fazer em determinado tempo e lugar.Ouvir a voz de Deus para discernir tempo e momento.
Requer dispenseiro → 2 Co 4.2 → O dispenseiro é o que tem a chave da dispensa, tem a chave da comida, pega a comida e a apresenta à pessoa que irá ingerir o alimento. Espera-se fidelidade do dispenseiro em abrir a porta no tempo certo, apresentar o alimento certo, prazo de validade correto.Estar atento ao tempo de Deus, ao prazo de validade, entendendo que o nosso tempo também muda, em 9 meses o conhecimento é considerado obsoleto. Não ficar puxando termos arcaicos “no meu tempo” .... Atentar para as coisas novas de Deus para a nossa época. Não dá comida com prazo de validade estragada (tempo passado). Buscar o que é de Deus para aquele tempo quando transmitimos as coisas para as pessoas, porque Deus tem coisas novas a cada dia, a cada instante. Deus tem na sua palavra mistérios ocultos, profundos para descobrirmos, entendermos o nosso tempo, buscarmos o que Deus quer para este povo hoje, de que maneira Deus quer que conduzamos este povo rumo ao seu propósito. Mas, precisamos entender, que ao kairós de Deus para este tempo em que ele reservou para você (2013, no Brasil). Tem algo de Deus para nossa vida no lugar que estamos neste tempo mas, precisamos entender o que Deus quer para este tempo através da nossa vida para abençoar o lugar que estamos
Agostinho → “O tempo nunca pede um tempo”. O tempo passa. Entender o que Deus quer neste tempo, sendo fiel ao prazo dado por Deus. Aproveitar a vida buscando de Deus o que ele tem para nós neste tempo, mergulhado com toda intensidade, no tempo presente.
2ª Atente para o prazo de validade fazendo as coisas no tempo certo
Fazer dentro do tempo estabelecido por Deus e ENTENDER qual é o período certo. Há um tempo para todas as coisas. Há tempo de calar, e tempo de falar, tempo de saber o que, e tempo de como fazer.
O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AGORA É O QUE DEUS QUERIA QUE VOCÊ ESTIVESSE FAZENDO NESSE MOMENTO? Se NÃO, podemos redimensionar nossas vidas, tomar ATITUDES. Pensamos que são respostas que resolvem os problemas, mas, não são respostas, são atitudes que resolvem os problemas.
“Não é o que as pessoas fazem com você que determina o que você é, mas, o que determina o que você é, é o que você faz com aquilo que as pessoas fazem com você”. Sartre
Que atitudes vamos tomar? Esta é a questão que vai determinar nossas vidas
Apenas 1/3 do mundo comemora o ano- novo na nossa data. O ano-novo não precisa começar em 1 de janeiro, pode começar hoje, de estar no lugar que Deus quer, fazendo o que Deus quer, porque o que estou fazendo hoje é deslocado da vontade de Deus
Ester – recalcitrante em ajudar os judeus. Mardoqueu (indo embora) → “Quem sabe se não foi para tempo tal como este que chegaste a este reino”? Não responde ... Pensa ...
Ec. 8.5 – O coração do sábio discernirá o tempo e o modo, porque para todo propósito existe um tempo e um modo. As coisas de Deus não devem só ser feitas no tempo de Deus, mas, devem ser feitas no modo de Deus
George Muller quando não sabia o que fazer, deixava o coração neutro por umas 3 semanas, orando, pedindo a Deus: exima-me da minha vontade, e quando sentia que estava neutro, falava: Pai, agora coloca a Tua vontade em mim, p/ q/ eu discirna o que fazer
VOCÊ ESTÁ FAZENDO O QUE DEUS GOSTARIA QUE ESTIVESSE FAZENDO NESTE MOMENTO?
Jesus e a cura → o Espírito de Deus estava sobre Jesus. Porque Jesus curou a todos e nós, mesmo cheios do Espírito Santo em algumas ocasiões não conseguimos curar a todos?
Teoria ( Pr. Henrique) → Jesus sempre andava no tempo e no modo de Deus, no tempo perfeito de Deus, e por isso curou a todos. Na cura, existe a vontade do Pai, o tempo e o propósito de Deus. Jesus vivia em perfeita sintonia com o Pai. Sabia o tempo e o momento perfeito em ir. Jesus chega no tempo e modo perfeito. O poder de Deus se manifestava para a cura porque ele sempre estava ciente do propósito perfeito do Pai. O tempo era o tempo da cura naquela vida. Jo 9 (cego de nascença- manifestação das obras de Deus). Jesus sempre caminhava no tempo. Desejamos a cura, mas, nem sempre sabemos o tempo e o propósito de Deus. Devemos orar pela cura, mas, às vezes não é o tempo/propósito de Deus naquele momento.
Mt.8.29 (gadareno) “Vieste nos atormentar antes do tempo”? Não era antes do tempo, era no tempo perfeito
“Se eu for curado, os irmãos verão a glória de Deus, e seu eu não for curado, eu verei a glória de Deus”. Mauro Israel (falecido há 10 anos). Viveu vitoriosamente com Cristo.
Aqueles que gastam mal o seu tempo, são os primeiros a queixar-se de sua brevidade. Tem muita gente que deixa o tempo passar O tempo está diante de si, e muitas vezes se diz: não dá tempo, não dá tempo, não dá tempo... Não reclame do tempo. Nunca diga: não tenho tempo, mas, diga: não soube me organizar direito com o tempo que Deus me deu
3ª Atente para o prazo de validade, aguardando pacientemente o cumprimento da promessa
No tempo perfeito o Messias chega. Na linha de duração de tempo, o kairós de Deus vai se manifestar.
“Muitos dos fracassos da vida acontecem porque as pessoas não perceberam quão próximas estavam do sucesso no momento em que desistiram”. Thomas Edson
NÃO DESISTA! Se Deus prometeu, e ele disse que na linha do kronos vai acontecer, no kairós, no tempo de Deus, a ocasião de Deus virá. Quando ela vir, segure!A oportunidade chegará.
Não procure alguém para você casar, a pessoa que você procura está no caminho de Deus. Ande no caminho de Deus. No caminho, você vai encontrar a pessoa. Não procure a pessoa, vá no caminho, a pessoa está no caminho. Continue no caminho. O que você procura está no caminho.No caminho do kronos, virão os kairós de Deus, mas, não o deixe passar.
Kairós do casamento, kairós da cultura, kairós de família, vários kairós de Deus
Conclusão:
Salomão para, pensa e diz: depende do Senhor
“A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã, alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer aquilo que poder ser feito hoje. Mas, se eu não fizer hoje, o que hoje pode ser feito, e tentar fazer hoje o que hoje não poder ser feito, dificilmente, eu faço amanhã o que hoje, também, não pude fazer”. Paulo Freire
“O tempo é muito lento para os que esperam. Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam. Muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eterno”. William S.
Tilich – No amor não há decisões erradas, quando a decisão é feita em amor.
Não sabe o que fazer, ame, ame a Deus e ao próximo.Você vai encontrar o que fazer, você vai saber o que fazer. Está em dúvidas do que fazer, ame a Deus de todo o coração, você vai ter o esclarecimento de Deus. Você saberá o que fazer. Mas, nesta linha do tempo, não se afobe, mas também, não deixe a oportunidade passar. Esteja atento ao que é para você fazer e retenha a oportunidade no tempo de Deus, em nome de Jesus!
Pai bendito, a Escritura declara que o Senhor colocou a eternidade no coração do homem.Nós te louvamos porque Tu plantas tantas coisas em nós, em nosso coração. Faz-nos a tua imagem e semelhança. Mas, muitas vezes nos dilemas da vida agimos com insensatez deixando as oportunidades (kairós) seus passarem sobre as nossas vidas, e não retemos aquelas oportunidades.
Queremos lhe pedir Pai, que neste kronos na linha de tempo de cada um, que as ocasiões e oportunidades que tem dado, que o Senhor traga também discernimento, sabedoria e entendimento, para saber o que fazer em cada tempo e em que tempo fazer aquilo que delegaste para que cada um fizesse.
Se alguém de alguma maneira tem se sentido deslocado, Pai, fora de estar fazendo aquilo que era para fazer neste tempo. Nós queremos lhe pedir Pai, traz luzes, traz entendimento, para que essa pessoa refletindo, buscando orientação Tua reinicie o seu ano hoje, tome a atitude que dela o Senhor espera, para estar reencaixando-se na ocasião, na oportunidade, naquilo que queres que essa pessoa faça neste tempo hoje, Pai. Faz tua vontade em nós, e te daremos a honra a glória e o louvor, em nome de Jesus, Amém!
Jesus plano melhor, nunca chega atrasado / Sua hora é perfeita, sua maneira a mais linda Seja feita a Tua vontade, eu só quero a sua vontade / Assim na terra, como nos céus
Acontecerá, o tempo certo se concretizará em sua vida, acalma mais um pouco, porque Deus vai concretizar aquilo que prometeu, em nome de Jesus!



A ETERNIDADE REFLETIDA ATRAVÉS DA GRAÇA DIVINA Ec. 3:11

PRIMEIRO RETIRO ESPIRITUAL +VIDA
"...Deus pôs a eternidade no coração do homem..."  Ec. 3:11

A ETERNIDADE REFLETIDA ATRAVÉS DA GRAÇA DIVINA (transcrição)
1a. PALESTRA: Pr Neander kraul 

Ponto de partida: Ec.3.11
Paradoxo: Salomão começou bem e terminou mal. Dificuldades de compreender uma série de elementos da realidade da vida. Reflete sobre a questão do tempo.
Luciano Lopes (primeiro cristão a se envolver na política e educação no Brasil). Recitava um poema de Laurindo Rabelo: O tempo. “A conta e o tempo. Fazer conta do tempo e não ter tempo para fazer conta”.
Ec 3.11 → dois extremos do tempo: principio e fim
Bíblia: dois livros que começam com a expressão “no princípio”. Gênesis (AT) João (NT)
Cuidado de Deus no apontar dos pontos de referência.
Físico inglês (atrofiado) → teoria do Big Ben (Uma breve história do tempo). Universo como fruto de uma grande explosão. Teve um início ... Abortaria a noção criacionista.
Êxodo 20 → Dez mandamentos → 3 primeiros dizem respeito ao ETERNO (DEUS)
1º mandamento: Testemunho da Singularidade de Deus
2º mandamento: Testemunho da Incomparabilidade de Deus
3º mandamento: Testemunho da Santidade de Deus
4º mandamento: Deus não fala de um dia, e sim de 1 ciclo de dias, do tempo.
O TEMPO É SANTO. Estamos limitados e circunscritos pelo tempo. Deus nos pedirá conta do tempo.
5º ao 10º mandamento → referências vinculadas ao ser humano
Elemento que distingue o eterno do temporal, o humano do divino: O TEMPOO tempo não afeta em nada a Deus, só a nós. “O tempo nos faz humanos”. (Pr. Neader) O que nos governa de alguma maneira é o tempo. O tempo que nos faz ficar velhos. O tempo é irrecuperável. O tempo perdido não se recupera. Podemos fazer tardiamente o que era para ter sido feito antes, se Deus der chance.
HERÁCLITO →” Não é o mesmo rio que passa debaixo de uma ponte duas vezes, é um rio diferente, a água é outra ..”
Lidamos com uma grandeza que não paramos para refletir em profundidade. A Biblia é rica e plena de expressões sobre o tempo ... Enquanto vivermos, façamos o bem a todos
O tempo é uma determinante e Deus está fora dele. Para Deus 1 dia é como 1000 anos. Para nós, a vida passa como um breve pensamento ...
Num dado momento/ponto da eternidade, na “plenitude da eternidade”, Deus criou o tempo (grandeza que nos limita) e o ser humano. O pecado muda a história do tempo. O tempo sem o pecado seria diferente do tempo com o pecado (como é hoje). Deus conversava com Adão e Eva, na viração do dia (contato direto com o homem). Entrava no tempo de uma maneira diferente. Com o pecado entrando no mundo, Deus foi expulso do tempo.
Gl 4.1-7 → Na plenitude do tempo, Deus entra no tempo, na história e entra com um propósito. Nova entrada de Deus no tempo. Mesmo no mundo do pecado, Deus conduz a história. Momento propício (mundo todo) → Governo político, acessos disponíveis, língua e cultura que predominam, Deus então, resolve entrar no tempo.
SALVAÇÃO → reentrada de Deus no tempo para agir de maneira IMPRESSIONANTEMENTE bela. Deus faz um novo principio (João), não da eternidade para o tempo, mas, do tempo para a eternidade. Mão inversa. Mergulha no tempo, na pessoa de Cristo, para do tempo ter uma saída eterna (VIDA ETERNA). Grande engenharia espiritual. Sair da história, vencendo a morte, para entrar na eternidade. Garantir novamente o acesso que teríamos originalmente (VIDA PLENA).
GRAÇA→ pode ser apropriada em 3 dimensões:
1ª Graça comum → o sol nasce sob justo e injustos, a beleza do planeta e usufruida por pagãos e crentes, a chuva abençoa a toda humanidade. Rm 1 → Testemunho que Deus existe, é real, presente, criou o mundo e continua a sustentá-lo. Os homens são indesculpáveis, a natureza é um testemunho da bondade de Deus.
2ª Graça salvífica (Tito 11.15 → Apresenta em Cristo, o presente precioso de Deus, que opera no coração do ser humano, uma obra de tamanha grandeza, que é capaz de permitir a reentrada na eternidade, como Deus queria originalmente. Dimensão fantástica. Salva da condenação eterna. Traz para perto de Deus novamente. Torna-nos amigos de Deus. Alinha-nos com Sua vontade. A Igreja tem se contentado com a salvação, Mas, Deus nos convoca para a perfeição. Reconstruir a comunhão perfeita e radical com Ele, dentro do padrão original de toda obra. Lamentavelmente a nossa atenção não tem se voltado para a dimensão educativa da graça. Não temos lançado mão da graça que educa. A Igreja se assemelha mais ao mundo. Secularização invade a igreja
Kirkiegaard → “Ou a igreja discípula o mundo, ou o mundo discípula a igreja”. Hoje: Discipulado do mundo sobre a igreja.
A Igreja estacionou na graça salvífica. Não parou para refletir que existe uma 3ª e maravilhosa dimensão da graça que educa para o grande desafio: SER PERFEITO.
Deus nunca nos pediria alguma coisa para a qual ele não nos desse o meio. Ele é justo. Nos concede dom espiritual que é sobrenatural, pois sabe que somos falhos e incapazes, para executarmos a obra Dele a contento. É do Espírito, mas, podemos usá-lo.
Expectativa: objetivo → chegar nesse 3º patamar de apropriação da graça, que educa, que vem sobre nós, vai burilando a nossa vida e coração e vai nos conformando com o que Jesus chamou de perfeição (plenitude)
3ª Graça educativa → A graça nos educa para que a gente possa renegando as paixões mundanas e a impiedade viver no presente século, sensata, justa e piedosamente. É possível isso! Com a dimensão alegre da esperança que a redenção se completa em plenitude na manifestação dessa graça quando novamente se sentar diretamente, não com a intermediação de Jesus, mas, entrarmos diretamente na presença de Deus Pai no mesmo diálogo que Adão tinha antes do pecado. A Expectativa é que sejamos apresentados a Deus perfeitos. Vamos ser levados até lá ...
Hb 6.11 → Deixemos-nos levar para aquilo que é perfeito
Deixe-se levar. Não atrapalhe a obra de Deus na sua vida. Deus quer conduzir.
Mt 5. 48 Sejam perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
Qual a dimensão da vontade de Deus da eternidade para nós. IDÉIA DE PERFEIÇÃO.
Como aquilatar em plenitude como seria o ser humano perfeito na dimensão do tempo? Como seria o homem sob a face da terra sem pecado?
Deus promete recriar todas as coisas pela sua graça. Fazer tudo novo. Destruir tudo o que tem a marca do pecado e nos colocar novamente no status originalmente.
Estamos vendendo um evangelho extremamente muito barato (graça barata)
Operação da graça educativa:
ESAÚ E JACÓ → Só 1 elemento distingue Esáu de Jacó (eram “farinha do mesmo saco”). Mas, Jacó era obediente. Isaque e Rebeca tinham dado instruções aos filhos: não se casem com etéias. Esaú se casa com duas. Jacó foi orientado pelos pais a fazer diferente: ir na parentela para tomar como esposa alguém que conhecesse o Deus de Israel. JACÓ OBEDECE. A marca de Esaú é tão forte, que quando Jacó sai em obediência, ele desobedece mais uma vez, toma mais uma mulher como esposa (descendente de Ismael), peca mais uma vez, é rebelde. Jacó teve uma jornada de obediência de 20 anos. Talvez não soubesse o poder da graça que educa para que vivamos sábia, justa e piedosamente no presente século. A graça é contemporânea (lei espiritual). Sempre responderá as demandas do tempo. Não podemos alegar para Deus que o tempo mudou. Ela se ajusta ao tempo como resposta ao tempo. Jacó obedece e na ida teve o primeiro encontro de entrada (Betel) . Percebe Deus ... Continua a jornada. Trabalha 2 ciclos de 7 anos pela mulher que queria. 6 anos de trabalho pelo rebanho e riqueza. A graça divina estava trabalhando no caráter de Jacó. Até que Deus chega para ele e diz: Jacó, Jacozinho, meu filho: a graça educativa operou em você, está na hora de você sair daí, volta para tua terra. Jacó saí e Deus promove um encontro de saída: PENIEL.
Seminaristas terão um Peniel (mais duro que Betel). Se Betel tem uma escada, Peniel tem uma marca dolorosa. Prepare-se para ela. Mas, ela é boa. Muda tudo.
Jacó diz: Eu vi Deus face a face e permaneço vivo. O Deus que me fez perfeito, porque trabalhou o meu caráter. Essa graça opera na nossa vida de maneira preciosa, parece que massacra o coração, mas, numa dimensão muito amorosa...
Jacó não retrocedeu. Entrou na dimensão educativa da graça e foi até o final!
Hb 11.21 → JACÓ , Depois de abençoar toda a família, profetiza sobre Judá. Na historia ele vê a eternidade. A graça educativa agiu em plenitude. Com os olhos do tempo, temos o imperfeito. Mas, aos olhos de Deus, o perfeito. Conheceu o Deus de Isaque, seu pai. Percebe a presença real dele, foi capaz de vê-lo, teve um encontro pessoal e magistral. No caráter não tem mais nenhuma mancha que impeça o seu encontro e o sentar-se com Deus. Tem o seu epitáfio colocado. O Jacó frágil, agora é forte. O Jacó velho, agora é perfeito. O Jacó que era auto-suficente, agora é totalmente dependente.
Devemos ter um deslumbre da graça que educa, que Deus derrama sobre todos nós, pela qual ele usa nosso irmão para refletir a figura de Cristo diante de nós. “O Cristo do meu irmão é mais forte que o Cristo em mim”. (Bonhoeffer) quando olhamos para o irmão e vemos o que Deus está fazendo.
Que a gente simplesmente não atrapalhe, deixemos o Senhor conduzir. Ele tem projetos e planos para a sua vida. Você talvez não entenda tudo em plenitude agora. Porque que eu vim parar aqui? A graça educativa educa, mexe na nossa sensibilidade, valores, certezas, transformando as certezas em incertezas, mas, quebrando tantas outras incertezas e colocando certezas em nosso coração. Somos Dele, pertencemos a ele, e por isso Ele nos educa.




outubro 16, 2013

CAPELANIA ACEH SP

http://www.capelania.com/2008/capelania.html

Capelania
VisãImprimirE-mail
Ser um ministério que oferece o apoio espiritual, emocional e social, baseado na Palavra de Deus, aos enfermos, seus cuidadores e profissionais da saúde. Este trabalho é realizado através de voluntários evangélicos capacitados, tornando-se referência para igrejas, autoridades hospitalares e profissionais da saúde.
 
MissãoImprimirE-mail
Glorificar a Deus através de visitadores e capelães voluntários que agem a partir de uma estrutura de apoio orgânica e funcional levando o conforto e consolo da Palavra de Deus  ao enfermo, seus familiares e aos funcionários e profissionais da saúde, nos hospitais.
 
HistóricoImprimirE-mail
“Este ministério teve inicio em 1983, através da Capelã Missionária Eleny Vassão de Paula Aitken, que atuou como Capelã evangélica-titular do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de USP por 22 anos.
A partir das experiências aprendidas neste Hospital, foram elaborados os primeiros cursos de capelania, com o objetivo de equipar visitadores e capelães para a organização de capelanias em todos os hospitais do Brasil.
Hoje, mais de 130 hospitais em todo o território nacional e também em 13 países, contam com capelanias hospitalares evangélicas assessoradas pela ACEH – Associação de Capelanias Evangélica Hospitalar.”

 
O que faz um capelão?ImprimirE-mail
O capelão, integrante da equipe multidisciplinar de saúde, é uma pessoa capacitada e sensível às necessidades humanas, dispondo-se a dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando o enfermo a lutar pela vida com esperança em Deus e na medicina. Oferece aconselhamento espiritual e apoio emocional tanto ao paciente e seus familiares, como aos profissionais da saúde. É importante elo com a comunidade local.

 
A NecessidadeImprimirE-mail
A enfermidade traz consigo o medo, a culpa e a desesperança, comprometendo a reação do paciente ao tratamento e também sua qualidade de vida. O Deus de toda consolação fortalece, traz propósito ao sofrimento e renova a esperança, seja para lutar pela vida como para aceitar a morte com dignidade. Ele demonstra o seu amor através de suas mãos.
 
Beneficios para o HospitalImprimirE-mail
Os hospitais que contam com este ministério são melhor conceituados por terem uma visão do cuidado integral ao paciente, seus familiares e profissionais da saúde.  Através do atendimento espiritual oferecido pela capelania, os pacientes engajam-se ao tratamento médico, aceitando melhor a hospitalização, enfrentando a enfermidade com mais esperança e força, tendo melhor qualidade de vida e um propósito para viver.
Equipe de Cuidados Paliativos do HSPE, onde a capelania participa da equipe multidisciplinar através de seus voluntários
 
AtividadesImprimirE-mail
Os visitadores e capelães voluntários trabalham nos hospitais diariamente, atuando em visitas de apoio solidário leito a leito, distribuição de literatura bíblica de consolo, distribuição de roupas, sapatos, leite fraldas e cestas básicas. Realizam acompanhamento pré e pós cirúrgico, aconselhamento bíblico, evangelização; realizam cultos voltados para pacientes, funcionários, profissionais da saúde. Ministram aulas e palestras em Faculdades de Medicina. Desenvolvem atividades manuais com artesanato com pacientes e mães e pais de crianças hospitalizadas; promovem e participam de corais, como o coral de médicos da capelania.



 

outubro 11, 2013

V Congresso Internacional de Cuidados Paliativos e do II Congresso Lusófono de Cuidados Paliativos.



  • 9 de outubro, às 18h15, no Auditório Amália Rodrigues do Enotel Resort de Porto de Galinhas, Pernambuco, acontece a cerimônia oficial de abertura do V Congresso Internacional de Cuidados Paliativos e do II Congresso Lusófono de Cuidados Paliativos. Será uma cerimônia bonita, seguida de um coquetel com um show de músicas pernambucanas.


De 9 a 12 de outubro de 2013, o assunto será CUIDADOS PALIATIVOS PARA TODOS; AMPLIANDO A ASSISTÊNCIA E CONSTRUINDO REDES. Mais de 60 atividades, mais de 150 palestras, mais de 90 palestrantes de três continentes! Uma oportunidade única de fazer parte da comunidade que cresce no Brasil: a comunidade paliativista brasileira!


outubro 05, 2013







RETIRO ESPIRITUAL - CAPELANIA RJ 29 NOV a 01 DEZ 2013

    
RETIRO ESPIRITUAL 29 NOV a 01 DEZ 2013
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Tema:" +VIDA - Deus pôs a eternidade no coração do homem" Ec 3.11
Local: Sítio das Águas - Itaboraí - RJ  www.sitiosdasaguasrj.com.br

custo hospedagem crianças periodo 29/11 a 01/12
0 a 05 anos - gratuito
6 a 11 anos - R$ 70,00

HÁ A POSSIBILIDADE EM PASSAR O DIA 30 NOV (sábado) 
R$ 32,00 por pessoa (incluindo o almoço). 0 a 5 anos não tem custo

setembro 28, 2013

A saúde e o bem-estar espiritual

Espiritualidade, Bem-estar espiritual, Psicologia trans pessoal, Saúde
por: Luciana Fernandes Marques

A espiritualidade tem sido pouco enfatizada e focalizada quando se trata de saúde e doença nas ciências da saúde. As pessoas que estão bem, com saúde e bem-estar, relatam sentimentos de valores e espiritualidade e integração com a ordem divina (chamada de formas diferentes, conforme a religião ou sistema filosófico). Nas pessoas que adoecem, esses componentes também se acham presentes, seja como um sentimento de abandono por Deus ou dúvidas religiosas, seja como sementes de cura e de saúde em meio a um processo de enfermidade.

A espiritualidade pode surgir, na doença, como um recurso interno que favorece a aceitação da doença, o empenho no restabelecimento, a não evitação de sentimentos dolorosos, o contato e o aproveitamento da ajuda das outras pessoas e até a própria reabilitação. Isso nos remete à sua essência básica (se é que se pode localizar uma essência na espiritualidade) como um fator de saúde e realça sua importância nos processos de prevenção de doenças, manutenção da saúde ou de reabilitação e cura.

Mesmo nas propostas mais holísticas, a espiritualidade vem sendo marginalizada, não incluindo, no seu “biopsicossocial”, o espiritual. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já sinalizou uma mudança de filosofia nas práticas de cuidado à saúde, incentivando certas práticas alternativas e enfatizando a prevenção e a promoção da saúde (Marín, 1995). O conceito de saúde também temse alterado e se tornado mais complexo, muitos estudos têm acrescentado a dimensão espiritual, mas uma atenção mais acurada não tem sido prestada a essa que é a mais sutil das esferas.

Em função dessa preocupação dos teóricos transpessoais, foi integrado no último DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – IV) uma nova categoria de diagnóstico que se refere a problemas espirituais ou religiosos. A proposta foi de um grupo de clínicos transpessoais que se deparavam com a ocorrência de emergências transpessoais (problemas, dificuldades, angústias associados à experiências e práticas espirituais) em pacientes clínicos (Lukoff et al., 1998).

A base teórica deste estudo é a Psicologia Transpessoal, que é um campo de investigação, aplicação e estudos científicos sobre a espiritualidade da natureza humana e do potencial presente em todas as pessoas para se desenvolverem a um ponto máximo. A integração das experiências espirituais é uma das finalidades para uma ampla compreensão da psique humana (Washburn, citado por Smith, 1995). Essa área abrange os fatores psicológicos que facilitam ou inibem o contato e a compreensão do fator transpessoal e os efeitos das experiências transpessoais na vida das pessoas.

Os conteúdos básicos da Psicologia Transpessoal incluem: o aprofundamento na religião e nas experiências religiosas, a parapsicologia, a investigação sobre a consciência e os estados alterados de consciência (induzidos por hipnose, relaxamento, meditação e outros) (Marques, 1996). Há também uma preocupação pelo estudo da relação existente entre Psiquiatria, espiritualidade e psicose, em uma forma de encarar o fenômeno que as teorias psicológicas têm negligenciado, seja o potencial de saúde da espiritualidade, seja a patologia espiritual. A Psicologia Transpessoal “busca uma síntese e oferece o estudo de outros aspectos ainda não abordados e que podem ampliar a visão do psiquismo humano” (França, 1997, p.87).

O conceito de saúde adotado neste trabalho não se restringe à adaptação da pessoa ao meio, nem ao comportamento observável, nem à presença de sintomas, mas reflete em que medida ela está se desenvolvendo internamente, crescendo como pessoa, nas suas habilidades, relacionamentos e formas de encarar o mundo. “A saúde é um continnum bipolar, onde não há um limite preciso entre esta e a enfermidade e, sim, graus e expressões diversas, num processo de reações diante de estímulos internos e externos” (Sarriera et. al., 1996). No processo de saúde, a pessoa tende à plenitude de sua auto-realização como entidade pessoal e como entidade social (Marín, 1995). É parte de um olhar amplo, de promoção e de prevenção que enfoca a saúde como uma expressão da realização do potencial de desenvolvimento humano, das capacidades para uma auto-realização plena, sendo essa realização uma responsabilidade pessoal a ser investida autonomamente, embora estimulada, apoiada e instrumentalizada socialmente.

O que se questiona é se a pessoa que desenvolve sua espiritualidade, que valoriza o sagrado na sua vida pode melhor proporcionar essa atenção e cuidado à saúde integral. Kurtz et al. (1995) afirmam que há maior probabilidade de se encontrar bons hábitos de saúde, comportamentos de apoio aos outros e, portanto, bem-estar psicológico, em pessoas que têm uma visão espiritual positiva frente à vida. A perspectiva espiritual inclui conteúdos existenciais que, por sua vez, têm profundas implicações no bem-estar físico e psicológico (Wong e Fry, 1998).

O bem-estar espiritual significa em que medida ocorre a abertura da pessoa para a dimensão espiritual que permite a integração da espiritualidade com as outras dimensões da vida, maximizando seu potencial de crescimento e auto-atualização. Westgate (1996) considera que a dimensão espiritual é um componente do funcionamento humano que atua na integração de outros componentes. Através dessa capacidade de integração, de unidade de vários domínios da vida, se observa que as pessoas têm a capacidade para a saúde através da transcendência de limites ordinários. Reed (1992) dá alguns exemplos de componentes que representam essa capacidade de transcendência e de integração: esperança, generosidade, sentido, experiência mística e comportamentos religiosos.

A espiritualidade parece favorecer uma ótica positiva frente à vida que funciona como um pára-choque contra o estresse: frente a situações perturbadoras e a eventos traumáticos, a pessoa com bem-estar espiritual proveria significados para essas experiências e as redirecionaria para rumos positivos e produtivos para si e para os outros. Uma das fontes dessa ação construtiva é o sentimento de apoio emocional advindo da sua relação significativa com o absoluto (ou, em outros termos, com Deus).

Alguns teóricos têm explorado a relação da espiritualidade no crescimento humano, e têm se perguntado em que medida a adoção de uma perspectiva espiritual se relaciona com a saúde geral da pessoa. Hamilton e Jackson (1998) enfatizam que o conceito de espiritualidade é um componente vital para o modelo holístico de saúde, que, suscintamente, considera a inter-relação do bemestar físico, emocional, mental, social, vocacional e espiritual. Westgate (1996) considera o desenvolvimento da espiritualidade importante para a saúde mental, pois sem ela podem surgir sentimentos de desesperança, sensação de falta de sentido de vida e depressão.

Em um estudo sobre essa interface saúdeespiritualidade, Waite et al. (1999) encontraram indícios de que, em uma avaliação de comportamentos de saúde, uma medida que contenha saúde espiritual é mais eficaz do que outra composta apenas por variáveis psicossociais (como auto-estima, locus de controle, senso de coerência e outras). Ditas variáveis psicossociais muitas vezes compõem a saúde espiritual, que é mais ampla.

Um aspecto central da inter-relação saúdeespiritualidade é o quanto a segunda oferece recursos para enfrentar situações estressantes inevitáveis na vida, mantendo um nível ótimo de saúde. O que se tem observado é que a eficácia no enfrentamento a determinados estressores pode ser correlacionada com a integração de crenças, emoções, relacionamentos e valores, na resposta da pessoa a esses estressores (Pargament et al., 1998), isto é, a perspectiva que a pessoa assume frente uma situação estressora e o modo como encara essa vivência são fundamentais para os resultados do seu enfrentamento. Os resultados negativos de enfrentamento são aqueles que apontam para uma quebra da integração interna, perda de valores religiosos, fortes sentimentos de raiva de Deus, dúvida ou confusão no seu sistema de crenças.

A sensação de incapacidade para se adaptar às novas exigências (fatores estressores) é uma queixa comum na enfermidade. A pessoa não visualiza recursos para enfrentar sua situação (seja um luto, perda econômica, desemprego) e isso é parte de um comportamento não-saudável. Os comportamentos não adaptativos, mesmo que em si mesmos não possam ser considerados mórbidos, conduzem a outros comportamentos ou manifestações de enfermidade (Santacreu et al., 1992).

As dificuldades no enfrentamento por vezes se relacionam às dificuldades de se readaptar frente a um fator estressor, como, por exemplo, nas pessoas que têm sua rotina alterada rapidamente ou em pessoas que têm uma rotina variada de programações imprevisíveis (como enfermeiros, bombeiros, aviadores). Brown (1999) indica que há maior probabilidade de adoecimento em pessoas que tiveram muitas mudanças significativas na vida em curto espaço de tempo. Um elemento importante em um processo de adaptação são as crenças religiosas, que dão significado e sentido à experiência estressante (Marín, 1995); um exemplo é o caso relatado por Marín (1995), no qual as pessoas capazes de se adaptar à enfermidade crônica são aquelas que têm recursos psicológicos para manter sua auto-estima, encontrar um sentido na enfermidade e manter a esperança. O que se questiona é em que medida a espiritualidade pode funcionar como um elemento organizador interno que proporcione rápida adaptação.

Chandra et al. (1998) observaram pacientes oncológicos durante o curso do tratamento com radioterapia e detectaram uma diminuição dos escores de bem-estar e de algumas dimensões, como a percepção do suporte familiar e grupal, e um aumento das dimensões de sentimentos positivos, enfrentamento, suporte social (excluindo o familiar) e bem-estar espiritual. O que a maior parte dos estudos permite concluir é que o bem-estar espiritual é uma experiência de apoio, de fortalecimento buscado propositadamente pela pessoa para a realização de um enfrentamento de sucesso.

Metodologia

A amostra escolhida é da área metropolitana de Porto Alegre. Os participantes do estudo foram adultos de 16 a 78 anos, sendo 237 homens e 269 mulheres. A amostra foi escolhida a partir do procedimento amostral polietápico (baseado nos trabalhos de Sarriera, 1993 e Sarriera et al., 1996), que combina diversos métodos, seqüenciados por uma série de etapas. O tamanho da amostra é proporcional ao número de seções de cada distrito eleitoral do município, sendo que as seções foram sorteadas.

O questionário aplicado foi composto do Questionário de Saúde Geral, Escala de Bem-estar Espiritual e de uma parte inicial de dados de identificação e demográficos. Para verificar a saúde geral, fez-se uso do Questionário de Saúde Geral (QSG) de Goldberg. O QSG foi adaptado para a realidade brasileira (Pasquali et al., 1994, p. 433) e avalia o grau de desvio do comportamento normal, comparando o estado de saúde atual com o usual.

No QSG são 6 os fatores: (1) tensão ou estresse psíquico, (2) desejo de morte, (3) falta de confiança na capacidade de desempenho, (4) distúrbios do sono, (5) distúrbios psicossomáticos e um último fator, que é a soma dos anteriores e se refere à severidade dos distúrbios psiquiátricos não psicóticos.

A Escala de Bem-estar Espiritual (EBE, Spiritual Well-being Scale de Paulotzian e Ellison, 1982) foi adaptada para fins deste estudo e é um instrumento subdividido em duas sub-escalas, uma de bem-estar religioso e outra de bem-estar existencial. Os itens referentes ao bem-estar religioso contêm uma referência a Deus, e os de bem-estar existencial não contêm tal referência. O bem-estar espiritual é entendido como uma sensação de bem-estar experimentada quando encontramos um propósito que justifique nosso comprometimento com algo na vida, e esse propósito envolve um significado último para a vida (Ellison, 1983). Essa sensação é uma síntese de saúde, um sentimento de completude e de satisfação com a vida, de paz consigo mesmo e com o mundo, de unidade com o cosmos, de proximidade com o Absoluto ou com a natureza (Blomfield, 1980).

O bem-estar religioso, como um fator da EBE, é considerado como o bem-estar referente a uma comunhão e relação pessoal íntima com Deus ou com uma força superior. É considerado como uma dimensão vertical da espiritualidade e no item contém uma referência a Deus (números impares da escala) (Paulotzian e Ellison, 1982).

O bem-estar existencial se relaciona àquela satisfação geral com a vida relacionada a uma dimensão horizontal de espiritualidade, ou seja, o bem-estar no mundo, incluindo satisfação e sentido de vida (números pares da escala) (Paulotzian e Ellison, 1982).

Os participantes foram localizados em suas residências, em praças, nas ruas, paradas de ônibus e tàxi e em bares, em horários variados, inclusive à noite e nos finais de semana. Estando o entrevistador no local da coleta, foi seguido um procedimento de amostragem que obedecia a uma certa facilidade de acesso, quando observava disponibilidade dos respondentes, sendo que alguns entrevistadores procuraram pelos respondentes nas suas residências. Os instrumentos foram apresentados com um pequeno raport.

Os entrevistadores foram 11 estudantes da Faculdade de Psicologia da PUCRS que participaram como auxiliares de pesquisa, previamente treinados para a aplicação do questionário. Os participantes foram informados sobre o objetivo da aplicação do instrumento e o sigilo em relação aos dados pessoais.

Os resultados da aplicação do questionário foram codificados e tratados pelo programa estatístico SPSSWIN. Foram realizadas análises descritivas dos dados, correlacionais e multivariadas.



Resultados

As 506 pessoas que participaram da pesquisa tinham entre 16 e 78 anos (média de 38,03 anos e desvio padrão 15,07), sendo 237 homens (46,8%) e 269 mulheres (53,2%).

Uma pergunta sobre a avaliação subjetiva da própria saúde: “Como está sua saúde?”, que é uma questão relativa à avaliação subjetiva do próprio estado de saúde: 47,4% escolheram a resposta “boa”; 31,6%, “muito boa”; 14,4% escolheram “nem ruim, nem boa”; 4,2%, “fraca” e somente 2,4% optaram por “muito ruim”. A média geral dos 506 sujeitos recaiu em 4,01, equivalente a uma saúde subjetiva “boa”.

O Questionário de Saúde Geral (QSG) é composto por 60 questões, com 4 opções de resposta para cada questão, de 1 (melhor saúde) a 4 (pior saúde). Ver tabela 1.



Do total da população, 17,7% teve a média geral do questionário superior a 2,33, considerada (Pasquali et al., 1996) acima do percentil 90, que indica distúrbio mental.

A Escala de Bem-estar Espiritual (EBE) é composta de 20 questões, com 6 opções (Likert) de respostas, indo de 1 a 6 (sendo 1 o menor bem-estar espiritual e 6 o maior). Na tabela 2 encontram-se as médias da escala como um único fator e dos outros dois fatores da escala, bem-estar existencial (EXIS) e bem-estar religioso (RELIG). Nessa tabela, o maior desvio padrão é o do bem-estar religioso, revelando maior dispersão e maior heterogeneidade do grupo, e a média do bem-estar religioso é mais alta do que a do bem-estar existencial.



Na análise bivariada, são buscadas associações significativas (<0 a="" anova.="" as="" atrav="" bem-estar="" cada="" como="" correlacionados:="" dados="" das="" de="" demogr="" do="" duas="" e="" ebe="" escalas="" espiritual="" estat="" fatores="" ficos.="" foram="" geral="" identifica="" o:p="" o="" os="" qsg="" rio="" s="" sa="" scala="" stico="" teste="" todo="" uestion="" um="" vari="" veis="">

A questão relativa à avaliação subjetiva da própria saúde revelou, na ANOVA, associações significativas tanto com a EBE (0,000) e seus fatores (EXIS com 0,000 e RELIG com 0,000) quanto com o QSG (0,000) e seus fatores. Para todos eles, apresentou 0,000 de significância. A questão indagava: “Como está sua saúde?”.

No gráfico 1, encontra-se registrada a relação entre as respostas da questão sobre a avaliação subjetiva da própria saúde e os fatores do Questionário de Saúde Geral. As pessoas que consideram sua saúde fraca (resposta 2) têm escores mais altos no QSG (ou maior índice de distúrbios).



distúrbios psicossomáticos; descon= confiança na capacidade de desempenho; Geral= severidade da ausência de saúde mental 1=muito ruim; 2= fraca; 3= nem ruim, nem boa; 4= boa; 5= muito boa

Na tabela 3 pode-se observar a tendência de que, quanto melhor a avaliação subjetiva da própria saúde, maior o bem-estar espiritual, existencial e religioso.



*1=muito ruim; 2= fraca; 3= nem ruim, nem boa; 4= boa; 5= muito boa

Na tabela 4, a seguir, são apresentadas as duas escalas (QSG e EBE) e seus fatores, que foram correlacionados e apresentaram associação significativa na correlação de Pearson.



*EBE= Escala de Bem-estar Espiritual; EXIS= bem-estar existencial; RELIG= bem-estar religioso; STREP= estresse psíquico; MORT= desejo de morte; DESCO= Confiança na capacidade de desempenho; SONO= distúrbio do sono; PSICO= distúrbio psicossomático; GERAL= severidade da doença mental. **correlação significativa a 0.01.

Na tabela 4, podemos observar associações significativas, na presença de dois asteriscos, entre as duas escalas usadas neste estudo e todos os seus fatores. Neste dado estaria a síntese do objetivo deste estudo, que era observar se há uma inter-relação significativa entre saúde e bem-estar espiritual; as associações sugerem que sim.

As associações da EBE com seus fatores naturalmente são maiores e positivas, assim como do QSG com seus fatores. As associações entre a EBE e QSG são negativas, revelando que, quanto maior o bem-estar espiritual, menor o distúrbio mental, e quanto maior o distúrbio, menor o bem-estar espiritual. O resultado do questionário de saúde geral não é a saúde, mas justamente a ausência dela, ou a severidade do distúrbio de saúde; em função disso, as correlações entre as duas escalas são negativas. Poderia ser afirmado, então, que a correlação entre saúde e bem-estar espiritual é positiva.

Entre as menores associações, estão bem-estar religioso e distúrbio do sono, e bem-estar religioso e distúrbio psicossomático, e entre as maiores, bem-estar existencial e estresse psíquico, e bem-estar existencial e saúde geral.

A análise de regressão múltipla (stepwise) realizada revelou que as variáveis preditoras mais significativos da EBE explicam 24,1% da variância. Na tabela 5, estão dispostas em ordem de importância.



Os preditores do bem-estar espiritual se repetem no bem-estar existencial, com exceção da (2.) opção religiosa e (7.) dos níveis educacionais, e aparecem as variáveis estresse psíquico e distúrbios psicossomáticos. A análise de regressão múltipla revelou, então, 10 variáveis preditoras, que explicam 28,7% da variância total do fator bem-estar existencial (ver tabela 6).



Os preditores do bem-estar espiritual também se repetiram no bem-estar religioso, com exceção do (3.) número de filhos, (5.) sofrimento de evento estressante, e (9.) tratamento psicológico ou psiquiátrico, e aparecendo as variáveis idade e sexo.

Na tabela 7, encontram-se os 8 preditores mais significativos do bem-estar religioso, que explicam 18,6% da variância total da variável.



A tabela 8 apresenta a análise de regressão múltipla dos cinco fatores do QSG.



* EXIS= bem-estar existencial; sexo= masculino ou feminino; saúde 1= avaliação subjetiva da própria saúde; saúde 2= problema crônico de saúde

As variáveis preditoras se repetem, sendo que “problema crônico de saúde” só é preditor de distúrbio psicossomático, e “sexo” é preditor de confiança na capacidade de desempenho, estresse psíquico (esses dois são significativamente maiores nas mulheres) e distúrbios psicossomáticos.



Discussão e Conclusões

Este estudo teve como objetivo principal observar se a espiritualidade se relaciona significativamente com a saúde geral das pessoas. Os dados levantados dão suporte para se afirmar que há uma relação positiva significativa entre saúde e bem-estar espiritual. Os testes (QSG e EBE) e todos seus fatores obtiveram correlações altamente significativas entre si, o que demonstra importantes associações entre os temas. Apareceu, igualmente, uma correlação negativa significativa entre o bem-estar espiritual e a severidade do distúrbio mental. Isso indica que um alto bem-estar espiritual se encontra associado à saúde mental, e inversamente associado ao adoecimento mental.

Em outras variáveis, também se pode confirmar a relação entre saúde e espiritualidade. A questão relativa à avaliação subjetiva da própria saúde também revelou associações significativas com a EBE e seus fatores. A tendência de que, quanto melhor a avaliação subjetiva da própria saúde, maior o bemestar espiritual (existencial e religioso), também apoia a idéia de uma correlação entre a saúde percebida e o bem-estar espiritual. A saúde subjetiva, deve-se ressaltar, foi a primeira (principal e de maior influência) variável preditora do bem-estar espiritual e do bem-estar existencial, e foi a segunda preditora do bem-estar religioso. E ainda: um dos fatores da EBE, o bem-estar existencial, apareceu como um dos principais preditores do QSG e de seus fatores.

Esses dados apoiam ao que se referia Larson (1996), ao fato de que a concepção de saúde como biopsicossocial deve ser ampliada incluindo a dimensão espiritual. Hamilton e Jackson (1998) também enfatizam que o conceito de espiritualidade é um componente vital para o modelo holístico de saúde que, suscintamente, considera a inter-relação do bem-estar físico, emocional, mental, social, vocacional e espiritual. E Westgate (1996) considera o desenvolvimento da espiritualidade importante para a saúde mental, pois sem ela podem surgir sentimentos de desesperança, sensação de falta de sentido de vida e depressão. Dessa forma, se justificam como altamente relevantes os dados encontrados por este estudo.

A partir dos preditores do bem-estar espiritual, podemos depreender quem são as pessoas que têm maior bem-estar espiritual:

1. aqueles que avaliam ou percebem sua saúde de forma positiva: sendo esse o principal preditor, observa-se a conexão entre espiritualidade e saúde;
2. que têm uma religião (ao contrário daqueles que se dizem sem religião);
3. que possuem de 1 a 3 filhos (aquelas pessoas que não têm nenhum filho ou tem 4 filhos ou mais têm menor bem-estar espiritual): parece que vale aqui a questão do equilíbrio, os extremos contam com menor bem-estar espiritual;
4. não sofreram evento estressante: o evento estressante pode apontar para uma quebra da integração interna, perda de valores religiosos, fortes sentimentos de raiva de Deus, dúvida ou confusão no seu sistema de crenças e alterar o mundo religioso da pessoa (Pargament et al., 1998); 5.não têm problema crônico de saúde;
6. trabalham;
7. têm níveis educacionais baixos e médios, no que tange à religiosidade;
8. têm níveis altos de educação, no que tange ao bem-estar existencial;
9.não estão em tratamento psicológico ou psiquiátrico: possivelmente não sentem necessidade de tratamento nem indicação médica.

Já os preditores da saúde geral não foram muitos e baixo também foi o percentual da variância explicada (8,7%); foram eles: bem-estar existencial e saúde percebida. As pessoas que têm melhor saúde e menor presença de distúrbios são aquelas com alto bem-estar existencial e que percebem sua saúde como boa ou muito boa. A baixa variância explicada significa que existem outras variáveis que explicam a saúde fora das variáveis contempladas por este estudo.

Em termos científicos, olhando para o fenômeno e subdividindo-o em partes, poderíamos dizer que a espiritualidade se relaciona com a saúde geral justamente através do aspecto existencial (que é um dos principais preditores tanto do QSG, quando dos seus outros 5 fatores). Isso quer dizer que a espiritualidade influencia a saúde principalmente através dos seus aspectos existenciais.

Frankl (1990) desenvolveu ao longo de sua obra uma ótica existencial da espiritualidade e afirmava que uma missão a cumprir na vida, um sentido a realizar (ou o que chamamos aqui de bem-estar existencial), influenciava sobremaneira a saúde geral da pessoa. Essa missão poderia ser um objetivo de vida adequado, alguém que se ame ou um trabalho a desenvolver, em suma, uma atividade externa ao indivíduo que esteja de acordo com suas aptidões, que ele seja capaz de enfrentar e que lhe ofereça desafios permanentes. Ilustra essas considerações com a situação de campo de concentração, onde sobreviviam e se mantinham íntegros aqueles que possuíam uma visão positiva da vida e do mundo (mesmo frente a condições tão desfavoráveis).

A íntima relação com Deus, a sensação do sagrado na vida, as emoções de compaixão e amor ao próximo, enfim, a religiosidade, não ajuda muito se não é praticada, distribuída aos seres e ao mundo, contagiando o trabalho e as relações, proporcionando uma visão global da vida individual e o seu sentido para a família, a cidade, o universo. O que parece ocorrer é que a religião sem o aspecto existencial não ajuda muito.

Se a espiritualidade é vivenciada e desenvolvida através de uma religião, esta deveria estimular não somente o contato com o Absoluto, com o divino, com a essência da vida, mas principalmente a aplicação dessas experiências na vida cotidiana, no enfrentamento de situações corriqueiras, nos pequenos desafios. De outra forma, ela pode servir como um ópio que cria um reduto onde a interferência do mundo externo não é bem-vinda – assim como naquelas piadas em que alguém bate na campainha, insiste, e tenta mais algumas vezes, até que abre a dona da casa, muito mal-humorada e irritada, e diz: “Tinha que bater justamente agora que estou a rezar pela paz no mundo?”. Isso revela uma dissociação entre a religiosidade e a prática na vida cotidiana.

Então, quando vivenciada e praticada no mundo, a religião redunda em bem-estar existencial e assim, tem uma associação maior com a saúde. A perspectiva espiritual inclui conteúdos existenciais que por sua vez, tem profundas implicações no bemestar físico e psicológico (Wong e Fry, 1998). Se a perspectiva espiritual adotada pela pessoa não inclui esses conteúdos, podemos supor que não beneficie, necessariamente, sua saúde.

Neste estudo, enfatizou-se o papel da espiritualidade na saúde geral da pessoa. Os dados revelaram também o importante papel da religião, seja para a melhora, seja para a diminuição da saúde. Se um dos conteúdos básicos da Psicologia Transpessoal é o aprofundamento na religião e nas experiências religiosas (Marques, 1996), e os resultados deste estudo apontam a importância do bem-estar espiritual na saúde geral da pessoa, podemos ressaltar o valor da Psicologia Transpessoal como uma teoria. A Psicologia Transpessoal “busca uma síntese e oferece o estudo de outros aspectos ainda não abordados, e que podem ampliar a visão do psiquismo humano” (França, 1997, p.87). Ela se destina ao estudo de áreas comumente marginais à ciência psicológica por serem vistas como esotéricas ou místicas, mas áreas, estas, fundamentais no contexto de saúde geral do ser humano. O potencial de saúde da espiritualidade foi aqui explorado; no entanto, estudos futuros deverão aprofundar a temática, além de focalizar a patologia espiritual ou as patologias decorrentes da prática espiritual, as chamadas “emergências espirituais” (Grof e Grof, 1989) e também esclarecer que fatores psicológicos facilitam ou inibem o contato e a compreensão do transpessoal e os efeitos das experiências transpessoais na vida das pessoas.

As implicações da associação significativa entre espiritualidade e saúde são amplas. Se ambas mantém uma correlação significativa para a população, da qual esta amostra é parte, significa que a espiritualidade é um recurso promissor de manutenção da saúde, prevenção, cura e reabilitação. Assim, parece salutar que, em uma ampla consideração dos fatores que compõem a saúde, a espiritualidade seja mais enfatizada. Os resultados deste estudo sugerem que as pesquisas e a prática do trabalhador de saúde podem se enriquecer com essa dimensão humana, sem receio de estar saindo do fazer da Psicologia como profissão, e entrar no terreno místico.

O místico, fora da área psi., seria usar a espiritualidade de forma deturpada, sem a compreensão do seu papel no desenvolvimento humano e sem a genuína motivação de com ela beneficiar aqueles com quem trabalhamos. As formas de acessá-la também podem ser consideradas místicas se não têm um fundamento psicológico de apoio. A maior parte das técnicas que objetivam trabalhar a espiritualidade, em uma visão de desenvolvimento de saúde, podem ser fundamentadas tanto pela ótica psicológica como aproveitando insights das tradições religiosas e esotéricas. A forma como essa integração é feita dirá se o profissional está saindo do seu papel de psicólogo. É importante que o psicólogo trabalhe com rigor metodológico e fundamente amplamente seu trabalho, principalmente a partir dos conhecimentos da área da Psicologia, mas que não desatenda dimensões tão caras, suas e daqueles com quem trabalha.

A dimensão espiritual não requer condições especiais; pode ser trabalhada individualmente, em grupos, por pessoas com altos níveis educativos e com analfabetos, em ambientes variados em um leito de hospital, em pé, no Movimento Sem Terra – como tive a oportunidade de conferir –, nos gabinetes psicológicos, empresas, pessoas de todas as idades – inclusive crianças. Na prática, pode ser facilmente estimulada e desenvolvida, já que não requer arsenal tecnológico e técnico. É uma dimensão melhor acessada pela inspiração do profissional, pelo próprio desenvolvimento espiritual a que ele leva a cabo, criatividade, empatia e fatores menos calculados. Os valores, ética, sensibilização para o sagrado na vida, moralidade, geram um clima da melhor qualidade para o desenvolvimento humano e auto-superação. Como diz Kornfield (1997), se uma espiritualidade desenvolvida ama e cuida a vida, como a saúde não melhoraria?



Referências bibliográficas

BLOMFIELD, H. Transcendental meditation as an adjunct to therapy. In: BOORSTEIN, S. (Ed.). Transpersonal psychology. Palo Alto: Science and behavior books, 1980. p. 123-140.

BROWN, D. O estresse, o trauma e o corpo. In: GOLEMAN, D. Emoções que curam: conversas com o Dalai Lama sobre mente alerta, emoções e saúde. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 104-120.

CHANDRA, P. S.; CHATURVERDI, S. K.; CHANNABASAVANNA, S. M. et al. Psychological well being among cancer patients receiving radiotherapy: a prospective study. Quality of life research: an international journal of quality of life, aspects of treatment, care and rehabilitation, v. 7, n. 6, p. 495-500, 1998.

ELLISON, C. W. Spiritual well being: conceptualization and measurement. Journal of Psychology and Theology, v. 11, n. 4, p. 330- 340, 1983.

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 Endereço para correspondência
Luciana Fernandes Marques
Porto Alegre - RS
E-mail: lucianafm@terra.com.br

Recebido 10/10/02
Aprovado 18/02/03





* Doutora em Psicologia (PUCRS). Professora do Curso de Abordagem Centrada na Pessoa (Pós-Graduação da LaSalle, Canoas-RS). Consultora organizacional.
  

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Publicado por: Dra. Shirley de Campos